terça-feira, 1 de março de 2011

Vou me previnir das flores


Atarei quatro ou cinco cúpidos
alguns pincéis, atrofiarei.
Enxugarei um lago
dois ou três crocodilos, lacrimejarei.
e, só depois disto, velejarei


Equiparei entre duas, mais sombras
alguns meses, renomearei
Herdarei orquídeas
nove ou dez anos, envelhecerei
e, só depois disto tudo, seguirei


Aprisionarei, uma primavera
algumas garrafas, beberei
Enguiçarei o céu
e constelações, confundirei
e, depois disto, consentirei


Murcharei excelentes abelhas
e colméias, engolirei
comerei a lua
a maioria das cores, enferrujarei
E, depois disto te amarei


Depois de te amar
lágrimas não oferecerei
desgustarei duas janelas da maçã,
sete ou oito intimidades, provarei


E, depois disto te amarrarei.

2 comentários:

Vanessa Cornélio disse...

escreverei versos, desplicentes
olharei, por vezes, por cima do muro
Brotarei sal, água e açucar dos olhos doces que te olham a espreita
Tatearei a ti
Aprenderei sorrir.

VOCÊ ME INSPIRA!
OS VERSOS SÃO... COMO SÃO!

zeca disse...

meu preferido poema do poetinha